O processo começou quando Atum apareceu no monte e expeliu no ar o deus Shu e sua irmã Téfnis, cujas existências representavam a criação de um espaço vazio nas Águas. Para explicar como Atum fez isso, o mito usa a metáfora da masturbação. A mão que ele usou no ato representaria o princípio feminino que existia nele mesmo.
Outras versões dizem que ele espirrou e "botou" Shu e Téfnis para fora de si, metáforas que faziam trocadilhos com os nomes dos deuses. Depois disso, Shu e Téfnis copularam para produzir o deus da terra Geb e a deusa do céu Nut, o que definiu os limites do mundo. Geb e Nut, então, tiveram quatro crianças que representavam as forças da vida: Osíris, deus da fertilidade e regeneração; Ísis, deusa da maternidade; Seti, deus da sexualidade masculina; e Néftis, o complemento feminino de Set.
O mito, portanto, representa o processo pelo qual a vida se tornou possível. Esses nove deuses foram teologicamente agrupados como uma Enéade, mas os oito últimos deuses e todas as outras coisas do universo eram, em suma, vistos como extensões ou emanações de Atum.